Capitulo 7

 

As 31 Landmarks das Antigas Constituições da Grande Loja de Nova York

Entre 1856 e 1869, a Grande Loja de Nova York consolidou um conjunto de 31 Landmarken, que formam um corpo normativo detalhado para a prática e organização da Maçonaria naquela jurisdição. Publicados no clássico de Robert Macoy, estes Landmarks refletem um esforço para normatizar e preservar a integridade da ordem maçônica, combinando princípios doutrinários, éticos, rituais e administrativos.

Princípios Doutrinários e Éticos (1-7)

  1. A crença no Arquiteto Supremo do Universo é obrigatória para todos os candidatos, reafirmando o caráter teísta da Maçonaria.

  2. Todos os maçons devem seguir a lei moral como guia fundamental de sua conduta.

  3. A obediência à lei e à autoridade maçônicas é imprescindível para a disciplina interna.

  4. Os ritos e cerimônias, incluindo os do Rito de York Antigo, são imutáveis, não podendo sofrer alterações por qualquer indivíduo.

  5. Contendas e processos judiciais entre irmãos são considerados contrários à lei maçônica, valorizando a fraternidade e a harmonia.

  6. A caridade a irmãos pobres, suas viúvas e órfãos é um direito destes e um dever dos irmãos.

  7. A instrução maçônica é tanto um direito quanto um dever recíproco entre os irmãos.

Direitos e Regras de Admissão e Visitação (8-15)

  1. Os maçons têm o direito de visitar outras Lojas, embora esse direito possa ser condicionado por regras específicas.

  2. Os candidatos devem ser homens, com pelo menos 21 anos, livres, de boa reputação, sãos, sem deformações que comprometam sua capacidade física e intelectual.

  3. Um homem só pode ser iniciado numa Loja regular, exceto se o Grão-Mestre o fizer “à vista” (diretamente).

  4. O Grão-Mestre pode fazer maçons à vista e conceder dispensas para tal, mas normalmente a admissão requer voto unânime da Loja.

  5. A votação para admissão é sempre secreta e inviolável.

  6. Uma petição para admissão, uma vez apresentada e remetida a comissão, não pode ser retirada.

  7. O candidato tem o direito de ser votado separadamente para cada grau.

  8. Para ser considerado membro da Loja, o candidato deve ser elevado a Mestre Maçom e assinar os estatutos internos.

Deveres e Estrutura da Loja (16-27)

  1. Todo Mestre Maçom deve ser membro contribuidor de alguma Loja.

  2. Uma Loja provisória (sob dispensação) é temporária e não pode representar-se na Grande Loja.

  3. Os Mestres e Vigilantes são eleitos anualmente e não podem renunciar durante seu mandato; representam a Loja na Grande Loja, a menos que designem procurador.

  4. Não pode ser eleito Mestre de uma Loja quem não for Mestre Maçom e já tenha servido como Vigilante.

  5. Decisões finais do Mestre (ou seu substituto) não podem ser apeladas pela Loja.

  6. Todo maçon deve ser julgado por seus iguais; o Mestre não pode ser julgado por sua própria Loja.

  7. Maçons não devem manter contato com maçons clandestinos ou expulsos.

  8. Mesmo se a Grande Loja restaurar a um homem seus direitos, isso não restaura automaticamente sua filiação à Loja subordinada.

  9. Maçons não filiados a uma Loja específica ainda estão sujeitos à disciplina maçônica.

  10. Antes de ser julgado por violação da lei moral, um maçon deve ser advertido três vezes pelo Mestre ou Vigilantes.

  11. Se uma Loja não se reunir por um ano inteiro, pode perder seu alvará.

  12. É direito e dever das Lojas subordinadas serem representadas na Assembleia Anual da Grande Loja.

Jurisdição e Governo da Grande Loja (28-31)

  1. A Grande Loja possui jurisdição suprema e exclusiva sobre a Maçonaria no seu território.

  2. Não há apelação contra decisões finais do Grão-Mestre, ou de seu representante no trono.

  3. O cargo de Grão-Mestre deve ser eleito anualmente pela Grande Loja.

  4. A Grande Loja deve reunir-se pelo menos uma vez por ano para tratar dos interesses da Fraternidade.


Considerações finais

Esses 31 Landmarks refletem uma visão tradicional e estruturada da Maçonaria, alinhando-se em muitos pontos às Landmarken anteriores de Mackey (1854) e da Grande Loja de Minnesota (1856), mas com especificidades próprias de Nova York. Destacam-se pelo equilíbrio entre a preservação ritualística, o rigor moral, e a organização hierárquica e administrativa, que busca garantir a unidade, a disciplina e o desenvolvimento da Maçonaria no território.

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